Num ano, as pernas são fofas e gordinhas; no outro, se esguiam.
Num verão, eles não sabem caminhar direito; no outro, já correm por aí.
Antes, eram um tiquinho de gente dentro do berço e, agora, ocupam um terço da cama.
Uma hora, as histórias não têm começo, meio e fim e, num piscar de olhos, vêm recheadas de detalhes.
Bem diante dos nossos olhos, nossos filhos passam de pequenos seres a grandes crianças.
Engraçado que todo ano parece que acontece de novo. E de novo. E de novo.
Suponho que essa sensação cíclica seja a forma que encontramos de permanecermos necessárias!
Eles aprendem algo, se desenvolvem, crescem de um ano para o outro para algumas coisas. Para outras, ainda são nossos pequenos! Só nossos!
E a beleza de ver crescer, querer que criem asas, sonhar com a independência e com o ser humano que serão, sempre vem acompanhada da vontade de que fiquem pequenos, que caibam no colo, que precisem da gente.
Eita maternidade!
Sempre trazendo fronteiras e dualidades para a vida da mãe que, então, também precisa, na dor e no amor, crescer. E, aos poucos, precisa aprender a ser cada vez menos necessária!
Ta aí um aprendizado árduo, doído, mas também muito bonito.
Texto de Alice F. Frainer
Imagem do bebê Arthur
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