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crisgalelli

Afinal, qual é o papel dos pais na educação dos filhos?





Sempre me pego pensando em qual o papel dos pais na educação dos filhos.


Pra lá de boas maneiras, caráter, respeito, sempre tive claro que é minha função permitir que eles possam fazer suas próprias escolhas e orgulhar-se delas.


Foi-se o tempo em que os pais falam e os filhos se calam.


É recobrada a hora de lançar um olhar mais afetuoso e fraterno aos desejos dos nossos filhos!


Não falo de permissividade, falo de respeito, cuidado...


Claro que vai ter a hora do "não pode sair de blusa cavada, porque está frio lá fora" ou "não, você não pode ir para a piscina porque seu ouvido ainda não está bom".


Mas será que às vezes nós pais não nos perdemos nesse caminho do "não"?


Será que aquela ideia antiga do "eu sou o adulto e eu é que sei" não permanece arraigada entre nós?


Aconteceu um causo conosco bem singelo, mas que representa um pouco do que quero dizer. Estávamos de férias e, na sorveteria, minha pequena pediu o sabor preferido: "molango!"


O dono foi logo alertando que o sabor morango era amargo, feito só com a fruta mesmo, e que as crianças não costumam gostar. Prontamente, sugeriu o sabor "sensação", que, segundo ele, tinha gostinho de "iogurte misturado com chocolate".


Perguntei à atendente se poderíamos provar. Minha pequena, com seus 3 anos de idade, escolheu o tal sorvete "amargo", "contraindicado" para crianças.


A moça me olhou, sem o dono do sorveteria por perto, e me disse:

"Normalmente o pessoal já sai dizendo que a criança não vai gostar!"

"Achei legal você dar para sua filha provar".


Ela foi muito fofa.


Era jovem, provavelmente não tinha filhos, mas entendia o mundo da mesma maneira que eu... Sorri em agradecimento e fomos embora.


Refleti.


Eu poderia ter escolhido o sorvete para a minha filha e ela provavelmente teria gostado. Isso certamente não iria interferir no caráter dela, nem teria ensinado algo errado. Mas teria eu ensinado algo a mais? Acho que não! E eu quero mais...


Quero que ela saiba que ela importa. Quero que seja dona do seu nariz!


Quero, mais que tudo, que possa se expressar livremente e aprenda que pode sempre ser ela mesma!


Parece pouco, mas a escolha do sorvete pode ser o primeiro passo...



Texto: Alice Farina Frainer

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